Ser ou não ser eis a questão ?

Somos o que somos, mas por que somos ?
Quantas vezes tentamos mudar, ser outra pessoa agir diferente?
Então quem ou o que define nosso ser?
Nascemos inocentes  anjos da ignorância absoluta?
Ou então quem nos fez seres maus?
Somos produtos do meio ou geradores do meio?
Mal grado moralidades sociais a parte, o principio de uma maior  razão pessoal  diz que devemos viver na  forma que nos seja mais prazerosa possível,é para isso que todo o nosso ser trabalha e tenta reorganizar as formas ja existentes.
A formação do ser “eu” inicia-se a partir  do seres mais simples, na percepção de poder sentir   reações que lhe são agradáveis ou desagradáveis, daí substituindo as ações puramente mecânicas,  pelas  ações intencionais a procura do eterno prazer egoístico, pois enquanto houver a formação de um  “eu”, também lá estará presente um “egocêntrico”.
A mente forma um “eu” absorvendo dados externos  interagindo com eles , seus sentidos limitados pegam amostras virtuais de partes da forma real externa, e tenta reorganiza-las em formas menores, dando um sentido a elas   segundo sua própria vontade e personalidade, obviamente que tentará torna-la uma nova forma material no mundo externo.
A grosso modo é assim que conseguimos reinventar a realidade já existente, então não consigo entender por que alguns dos milhares de jogadores se sentem “gênios do Xadrez”, desprezando a verdadeira genialidade de “quem  inventou do jogo”? Não passam de crianças precoces se gabando de terem conseguido reinventar a roda, observando o formato da lua!
Com efeito  memórias genéticas ao longo da evolução transmitem instintos, hábitos e algumas características físicas e intelectuais, de forma que podemos afirmar com certeza que o ser humano , não é apenas um produto do meio, uma CPU em branco,  sem nenhum firmware original de fabrica a espera de SER programado por inserção de dados externos da realidade já existente.
Então digamos que o firmware de fabrica seja considerado o instinto natural do conhecer o resultado antes mesmo de existir esta experiência própria, isto seria o que um  milagre da memória genética?
Um ser humano privado de consumição sensorial, pode pensar ? Se sim no que seria ? já que sua consciência está desconectada do mundo externo ao seu ser ?
Mas também não podemos enxergar o ser humano como uma maquina desprovida de vontade, ou pior programada de fabrica por uma arbitraria  razão egoística, pois se assim fosse como poderíamos querer julgar seres egoísticos por não possuírem um natural meio de autocontrole?
Quando nasce uma maquina já desasjustada com defeitos ,antes mesmo da concepção, consertamos ou a eliminamos? Mais fácil seria descartar, mas isso seria o mais racional?
A falsa apologia nazista de que somos maquinas formadas apenas pela transmissão genética, levou a loucura  a procurar pela criação da  raça “pura” alimentadas pela besta do genocídios em experiências diabólicas.
Hoje sabemos que a semelhança entre os cromossomos humanos de 99,99% desmentem que traços de personalidades é de inteira  responsabilidade  genética, assim 0.01% apenas  disponibiliza uma pré disposição há hábitos comportamentais transmitidos.
Assim o ser humano já nasce com algumas tendências que poderão ser inibidas ou estimuladas segundo sua inteiração social, um gênio agressivo poderá ser domado, persuadido a mansidão, assim também ao contrario um manso poderá tornar se agressivo, dependendo de como o ser reage aos resultados da sua inteiração com o mundo.
Duas pessoas criadas em um mesmo ambiente social podem desenvolver personalidades bem advérsas, ou ainda destacarem habilidades muito desproporcionais no caso das genialidades natas.
Dois policiais se formam na mesma academia são parceiros de ruas, um deles  sucumbe ao crime o outro persevera no bem social.
A maioria que mora e convivem nos morros são de pessoas trabalhadoras e honestas, tendo mais ou menos  as mesmas oportunidades, mas a minoria deles opta por viver do trabalho alheio, ironicamente procuram pela paz pessoal espalhando o terror social.
Inegável é que nascemos com tendências a habito e traços de personalidades mas, por força da vontade própria podemos transformar nosso “eu” sou mau para um  “eu” sou do bem menos egoísta.